quinta-feira, 1 de outubro de 2009

293 dias

Um minuto de silêncio...


... e tentarei fazer desta postagem algo melhor.

No dia de hoje, 01 de outubro, 28 anos atrás ficava para a eternidade Nico Rosso.
Sim, ficou para a eternidade através de sua obra, esta que mostramos aqui aos poucos.

E ontem eternizou-se Ivan Saidenberg (1940-2009) roteirista (e desenhista) que iniciou seus trabalhos na extinta Editora Outubro mais tarde Taika e Editora Abril.
A parceria, Saidenberg /Rosso, acontece em vários trabalhos, para homenageá-los colocarei aqui um trabalho realizado para a Editora Abril.
A revista Crás! foi lançada em 1974 e em seu editorial trazia a seguinte informação:

"Crás! abre suas páginas com o objetivo de mostrar o trabalho de argumentistas e desenhistas, profissionais ou amadores, que, nos mais variados gêneros e estilos, buscam valorizar as histórias em quadrinhos brasileiras".

Profissionais de "peso" (as imagens da capa falam por si mesmas), lado a lado, cada qual com seu gênero e estilos diferentes.
A parceria a qual me referi é a história VAVAVUM , seguem a capa e primeira página para conhecimento de todos .


Crás!
Editora Abril_1974


VAVAVUM

Tentei.
Fui...

LRosso

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

296 dias

Assinatura!
Uma arte a parte.


Curiosidades que vão da transição à evolução, me fizeram postar este tópico, e acabam me ajudando a datar algumas obras.

A primeira é de 1936, num estilo "art-déco" ( dito pelo amigo e comentarista de plantão Jô Fevereiro) nos cartões da "Contratto Canilli" e mais recentemente encontrada no folheto, "Madona di Campiglio" para um campo de golf, datada de 1937, já postados neste Blog.




Já em 1935 no estilo "escrita", notem que o nome de batismo (Nicola) foi usado, o "N" e o "O" ganham bigodes que começam a crescer...


...crescer...

...crescer...

...crescer...

...até tornar se a famosa assinatura alada.




Existe ainda uma versão "vinheta", desde 1954, usada acredito eu, em virtude do tamanho da arte e ou necessidade de não concorrer com a imagem.





Mas e dai? Só isso?
Não! Mais curiosidades cercam a assinatura, a maneira como era executada.
Leiam os comentários, O Dia Da Capa II (3 de agosto de 2009) do Jô Fevereiro, na qual, além de descrever como o Nico realizava a pintura da capa, escreve,

" ...sua inconfundível assinatura alada escrita de trás para frente, com a mão esquerda"
.

Incrível? Não para por ai!
Assinava também com a mão direita, já que era canhoto de nascença (ou seria por opção?). Com ambas ao mesmo tempo, do começo para o fim da assinatura e ao inverso também. A mão esquerda começando do final e a direita pelo início simultaneamente.
Outra particularidade e esta comprovo aqui, (não que as anteriores sejam inverdades pois há testemunhos ), num encontro com seu amigo, Luciano Ramos, o presenteia com um retrato feito na hora e o assina de forma espelhada (como Leonardo da Vinci)


Luciano Ramos - 1975



Detalhe


Trato aqui do ambidestrismo do Nico para futuramente mostrar como foi possível seu trabalho mesmo após o AVC (não mais como quadrinhista, capista e ilustrador), fato este que deixou sequelas motoras e visuais em seu lado esquerdo.


Perguntas? Dúvidas? Pedidos?
Atenderei com o maior prazer!

LRosso





sexta-feira, 18 de setembro de 2009

306 dias

Produtividade

Nico Rosso era uma máquina de desenhar.
Vinha eu do retorno da fisoterapia, passando pelo Bairro da Liberdade e não pude deixar de entrar em vários "Sebos" daquela região, sempre na esperança de encontrar algo "novo".
Não me decepcionei. Um dos achados são da "Coleção Saraiva". Não possuo todos e segundo minhas pesquisas farei um breve relato desta coleção.

A Editora Saraiva lança a coleção em julho de 1948 com o intuito de divulgar, mensalmente, a literatura clássica. Apartir do número 21 (março de 1950), com o título "Os Saltimbancos", inicia seu trabalho colaborando com capas e contra capas.
Desta data em diante, até o número 287 (última capa por mim encontrada datada de 1972), raramente deixou de fazê-lo (duas até agora) totalizando 193 exemplares com 386 ilustrações, 22 anos trabalhando na mesma coleção.
Ufa! Cansa só de escrever! Postarei algumas, pois todas seria impossível, como exemplo desta produção.

Escolhi estas aleatoriamente e quanto mais antigas mais retoques tenho realizar, retirar dobras, rasgos, etc...( não tanto como a do número 23)

" O Santo Sepulcro"
Número 23


" Zadig"
Número 103 - 1957


" Missão do sangradouro"
Número 185 - 1963


" O Tio Goriot "
Número 195 - 1964


" Ouro, Prata e Brasil "
Número 205 - 1965


"Os Brilhantes do Brasileiro "
Número 215 - 1966


"O Mártir do Gólgota"
Número 219 - 1966


"Emma Lyonna"
Número 247 - 1969


"Em Torno de um Homem"
Número 275 - 1971



Abraços Luiz Rosso

terça-feira, 15 de setembro de 2009

309 dias

Outros prêmios conquistados .



"Selo comemorativo"
Casa da moeda do Brasil


Segundo lugar no concurso para a escolha do selo comemorativo do IV Centenáriode São Paulo. Trabalho este, realizado em seu tempo de ócio criativo. (no decorrer das postagens colocarei trabalhos feitos nas "horas de laser", isso é que era gostar de desenhar)




"Troféu Angêlo Agostini"
Mestre dos quadrinhos


Década de 80, falhou a memória e não me lembro o ano em que recebeu esta mensão póstuma.
Se lembrarem de outra premiação, concurso ou qualquer coisa do gênero, comentem.


Até mais,
Luiz Rosso

sábado, 12 de setembro de 2009

312 dias

Porque os originais do Nico Rosso são raros?

Os fatores que contribuiram para que isso foram:

O incêndio em seu estúdio.
Quando veio ao Brasil trabalhar na Brasilgráfica instalou seu estúdio ao lado. O incêndio da gráfica alastrou-se até seu estúdio destruindo originais e sua biblioteca de referências.

O péssimo hábito das editoras.
Como já havia comentado Jô Fevereiro, as editoras se apossaram de grande parte dos originais, e muitos estarão eternamente estraviados na famosa "massa-falida", segundo o depoimento de algumas pessoas.

A inundação de seu estúdio.
Sim, dois elementais, primeiro o "fogo" e depois a "água". Neste estúdio, já em sua casa própria, a água derruba o muro lateral, devido as fortes chuvas, e o inunda danificando quase a totalidade de sua obra e referências (quem o conheceu sabe do valor que ele dava a elas). Este incidente contribui para o seu AVC.

Em comparação a sua grande produtividade restaram poucos originais.
E esse será o tema de hoje.



"Un Piatto di Ciambelle e un Libro di Novelle"
Editrice Paravia - 1954



???
Editrice Paravia - 1944



" Il Viaggio in una Bolla de Sapone"
Editrice Paravia - 1944



"Il Viaggio in una Bolla de Sapone"
Editrice Paravia - 1944


Sim, podemos encontrar originais à venda em sites estrangeiros (principalmente na Itália) nas mãos de quem sabe o verdadeiro valor deste material, e isso significa "grana".
As ilustrações postadas acima poderão ser adquiridas por 1.100,00 euros, mais despesas de envio, seguro se quiserem, taxa de envio do valor citado, etc...
Desculpem me pela qualidade das imagens, mas foram baixadas da internet e tratadas digitalmente, por mim.

Agora deixa eu correr para juntar toda essa fortuna o mais rápido possível!!!


Abraços
Luiz Rosso

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

313 dias

Um pouco mais da mesma coisa...


Ricardo " O Coroinha Peralta"
Ed. Paulinas - 1958




"Illustrazione per la copertina di un opusculo pubblicitario per la spiaggia di Riccione"
Museo dei Banho di Mare - galleria IIa

Tradução: Ilustração de capa para um folheto da praia de Riccione, segundo eles aproximadamente dos anos 40.




Histórias Macabras
Ed. Taika

O problema das imagens da internat é que muitas vezes não conseguimos ver datas e ou outros detalhes que possibilitem a catalogação, assim tomo como base o padrão monetário para "aproximadamente" datá-las. Ex: no ano de 1967 tivemos duas unidades monetárias: Cr$ (Cruzeiro) outubro de 1964 a janeiro de 1967, NCr$ (Cruzeiro Novo) fevereiro de 67 a maio de 1970.
Quanto ao expediente que deveria trazer informações importantes, muitas vezes mais complicam do que explicam. Muitos de nós já passamos por isso o resto é dedução.
Farei deste comentário outro tema.




Capa excluída
Agradeço ao "anônimo" (vide comentários) pelas informações corretas.

A intenção deste blog é além da homenagem coletar mais e melhores dados sobre a obra de Nico Rosso, e como num grande "BBB", um deste "B" pode ser de Blog, o candidato acima foi excluido!!! rararara




"Le avventure di Pinocchio"
Storia di un burattino
Edizioni Il Verdone - 1944


Pela sua história deixei este exemplar por último. Meu avô ganhou um prêmio com as ilustrações deste livro. Ainda estamos em pesquisa, falta saber qual entidade outorgou esse prêmio.

Amanhã, apesar de ser sábado, postarei mais...
Luiz Rosso

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

314 dias


Hoje talvez pela falta de "comentários" não sabia o que postar, (entendam isso como um puxão de orelha) então decidi vasculhar "pelo mundo" atravez desta ferramenta poderosa que já me possibilitou encontrar originais e edições de quando o Nico Rosso ainda estava na Itália e encontrei pérolas desconhecidas por mim que sou pesquisador assíduo.

Vamos compartilhá-las:


A Morte de Domenico Savio
Gouache sobre papel e está no arquivo da Editora Elledici.( 19??)

"Mostra: Profilo di Domenico Savio tra letteratura e arte"
(Biblioteca Don Bosco Dell'Universitá Pontificia Salesiana -Roma)



"Le Figlie dei Faraoni"

Capa original da publicação de 1946 e aproveitando farei uma correção, a capa postada nos "360 dias para o Centenário de Nascimento de Nico Rosso"(lá em baixo) na verdade é uma edição de 1991. Curiosidade: A ilustracão de capa de 1991 foi retirada de uma ilustração interna, houve algumas alterações e desde que comprei esta edicão suspeitei que as ilustrações originariamente foram feitas em cores. Resta-me agora adquirir (comprar, gastar euros) esta primeira edição para fazer as devidas comparações e quem sabe terei a surpresa das ilustrações internas serem em cores.



Guia Pitoresco e Turístico de São Paulo 1950

Raro encontrar esse tipo de material em sites estrangeiros, este está "na mão" de um colecionador. (se sobrar grana vejo se compro)





Esta capa de um folheto de propaganda turística (com 3 dobras) para um campo de golf, além de desconhecidos por mim, traz outra curiosidade, a assinatura. Bem diferente da conhecida asssinatura alada (peguei a metáfora emprestada dos comentários do Jô Fevereiro) só tinha visto outra igual nos "papeis carta" (pois não sabemos a verdadeira utilidade delas), já postado aqui no blog, e aproveitando a deixa farei a correção datando as de 1936. (vide abaixo)


Contratto Canelli 1936 (detalhe)


Madonna di Campiglio 1937 ( detalhe da assiantura)


"That's all folks" ( tiri ri ri..ri ririi..)

Luiz Rosso

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

315 dias para o Centenário de Nico Rosso

Como um assunto chama outro vamos falar do bico de pena.
Guardei com muito carinho o porta-penas e várias delas, muitas ainda sem uso.(foto acima)


Para ilustrar esta técnica, vide abaixo, a história infantil "O MENINO TRISTE", do título " Conto de Fadas".
Segundo Tony Rodrigues, um fã incondicional do Nico, é no gênero infantil que ele se destaca apesar de ser mais conhecido como mestre do terror.


Grandes Figuras, Os Luzíadas, O Descobrimento do Brasil , Pedro Álvares Cabral e História do Brasil são títulos do gênero histórico.
Abaixo vemos uma página em bico de pena da quadrinização da biografia de Pedro Álvares Cabral.


E para terminar este tópico coloquei esta ilustração, "IVANHOÉ" da coleção "Grandes Aventuras" da Editora Abril Cultural, feita com bambú. Explicando melhor, o bambú seco é apontado na forma de pena dando esta característica mais rústica ao trabalho, acredito assim que não tenha fugido do tema.
Luiz Rosso

terça-feira, 8 de setembro de 2009

316 dias para o Centenário de Nico Rosso

Estas são as pinturas em cerâmica (e um detalhe) feitas pelo colaborador J.B. Rosa que estão na casa de veraneio e comentadas por Jô Fevereiro na postagem anterior.
Apesar das reformas, decidiu-se manter as cerâmicas originais a qualquer custo, mesmo que para isso tivéssemos que desalinhá-las em relação aos novos azulejos e se depender de mim nunca sairão de lá, pois se o Nico as colocou quem há de tirá-las.


Existiam ainda outras obras com motivos marinhos (bicos de pena de conchas e peixes) que ficarão somente em minha memória, pois devido a humidade não resistiram ao tempo, restando somente este baixo relevo em EPS pintada com tinta acrílica.

Abraços
Luiz Rosso



sábado, 29 de agosto de 2009

325 dias para o Centenário de Nico Rosso


Ainda hoje quando passo em frente a casa de meu avô, sinto aquela sensação de que ele pode estar esperando na porta. Coisa de criança, lembranças do cheiro de nanquim, do café da manhã com pão molhado no "café e latte", das broncas que ele dava quando eu ficava tentando copiar o que ele estava fazendo, ao mesmo tempo, na mesma mesa que ele estava desenhando. Evidentemente que com 6 ou 7 anos de idade, o "mais quietinho" que eu conseguia ficar não era o suficiente para ele desempenhar seu trabalho....

Quem sabe até tem algum desenho que você admirou um traço, ficou se perguntando como ele executou aquilo! Quem sabe pode ser o exato momento em que aquele inquieto garotinho, acabara de dar um belo esbarrão na mesa de trabalho. Muita pretensão "colaborar" assim com a obra deste Mestre (rsrsrsr).

Devaneios a parte, acreditando que muitos poderão resgatar referida sensação, aqueles que de alguma forma tiveram a oportunidade de compartilhar o dia a dia no estúdio de trabalho do artista, resolvemos, eu e meu irmão, postar algumas "coisinhas" que guardamos com muito carinho.

Quando falamos do artista e sua obra, certamente muitos conhecem boa parte dela, mas alguns conhecidos sempre perguntam algo mais pessoal, do dia a dia de trabalho, etc.

Neste sentido, tentaremos postar, sempre que possível, algo que ajude a mostrar o ambiente de trabalho do artista. Acreditamos que quem frequentava o estúdio dele poderá se lembrar, deverá, como citei acima, como um "signo-sinal", ser transportado para aquela sublime situação que era ver o Nico desenhando.

Segue abaixo retratos em pastel feitos como presente para o engenheiro responsável pela construção da casa de veraneio do Nico no litoral paulista. A imagem inicial é da caixa que o artista usou para executar muita obras! Fico me perguntando quantas maravilhas tais bastões não foram responsáveis em tão hábeis mãos!

Abraços
Claudio Rosso com a colaboração do mano Luiz Rosso




PS.:
1) Colocamos mais imagens para compensar a semana sem postagens.

2)Ter colocado o irmão mais novo antes foi uma mera coincidência!

3)O fato deste irmão mais novo ser mais simpático, bonito, mais "gente boa" entre outras virtudes, também é mera coincidência!

(desculpe fratello, não resisti! rsrsrsrsrs)

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

333 dias para o Centenário de Nico Rosso

Mais uma faceta que muitos não conhecem, as ilustrações em livros didáticos.

O exemplar abaixo foi encaminhado pelo colaborador e amigo que trabalhou com o Nico em sua equipe. Segundo relato do próprio Kazuhiko, este praticamente morou na casa (e estúdio) do artista.

Trata-se de uma publicação chamada "Viagem a Cerilu", mas não temos mais informações.

Recentemente estive em contato com o professor Celso Antunes, também autor de livros de geografia e história e que se prontificou de colaborar na pesquisa, pois tem livros de sua autoria que o Nico ilustrou.

domingo, 16 de agosto de 2009

337 dias para o Centenário de Nico Rosso


Segue uma imagem de página do comentado "O Jornalzinho", com o personagem "Capitão Brasil".
Uma das primeiras publicações que Nico Rosso faz após seu desembaque no Brasil é o referido quinzenário. Tentando resgatar "de memória" creio que a publicação vai até os anos 60, portanto aproximadamente 20 anos de publicação. Identificamos, eu e meu irmão Luiz, quando tivemos a oportunidade de ver a coleção na biblioteca da FapCom, que algumas das histórias da publicação eram re-publicadas em outro(s) periódico(s) da editora Paullus.
Como comentado em post anterior, muitos números foram feitos quase que "exclusivamente" pelo artista. Verificamos que após alguns anos, sua participação foi gradualmente se declinando, mas não temos mais dados estatísticos por absoluta falta de tempo de coletarmos junto aos originais.
Nirlando, quem sabe conseguimos finalmente o final da citada história que comentou?
Jô está convidado a irmos a referida biblioteca para darmos uma olhada nesta preciosidade,ok?
Claudio Rosso